quinta-feira, 4 de março de 2010

Professores entram em greve

Os professores da rede estadual de educação em Mossoró decidiriam aderir ao movimento grevista iniciado em Natal no início da semana e paralisaram as atividades em sala de aula nesta quarta-feira.A deflagração da greve em Mossoró foi aprovada durante assembleia realizada na manhã de ontem no auditório do SESI (Serviço Social da Indústria).Motivo para ratificação do movimento foi o não cumprimento de reivindicações feitas pela categoria ao Governo do Estado, conforme informou a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (SINTE/RN), Inalda Teixeira de Lira.Os professores cobram três pontos em especial: piso salarial de R$ 1.312,00; Plano de Carreira dos funcionários da educação; e correção no salário dos aposentados.Inalda justificou que houve reajuste no piso, que não foi dado pelo Governo do Estado. "Além disso, o Plano de Carreira nunca foi atendido e os aposentados não têm reajuste há quatro anos", acrescentou.Os professores grevistas foram orientados para ir às escolas conversar com os estudantes e seus pais para explicar os motivos do movimento.A rede estadual de ensino em Mossoró conta com cerca de 2.000 professores, mas o Sinte não informou como foi a adesão a greve.Porém, Inalda considerou muito boa a participação na assembleia. "A greve se constrói no dia-a-dia no contato com os professores", argumentou.Audiência - No final da tarde desta quarta-feira, os coordenadores do Sinte participaram de audiência com a governadora Wilma de Faria.O coordenador José Rômulo Arnaud informou que a governadora apresentou proposta que será discutida com os professores na tarde de hoje em assembleia a ser realizada em Natal, às 14 horas.Wilma prometeu reajuste linear de 7,86% para toda categoria e também criar uma comissão, formada por integrantes do Governo do Estado e do Sinte, para trabalhar a criação do Plano de Carreira dos Funcionários da educação, com conclusão prevista para setembro ou outubro, e efeitos financeiros a partir do próximo ano.Os dados da proposta serão apresentados hoje, às 11 horas, pelo Governo do Estado.Rômulo disse que não tinha como opinar sobre a proposta, que ainda ia ser avaliada pelo Sinte. Argumentou, porém, "que se tratava de uma proposta que merecia ser discutida".Em Mossoró, uma nova assembleia está marcada para a sexta-feira, às 14 horas, novamente no auditório do Sesi.Crise - A greve amplia a crise na educação pública oferecida pelo Governo do Estado em Mossoró e prejudica ainda mais os estudantes, que já sofrem com o déficit de professores nas salas de aula. Ontem foi mais um dia em que os estudantes voltaram para casa mais cedo por conta da falta de professores. Reencontramos o estudante Maximiliano Bezerra (entrevista na edição de ontem) que informou que nesta quarta estava voltando ainda mais cedo para casa. "Ontem (terça) foram três aulas, enquanto que hoje (ontem) foram apenas duas", relatou.
6 mil alunos prejudicadosA greve dos professores prejudica cerca de seis mil estudantes em Mossoró, de acordo com a previsão de matrículas da 12ª Diretoria Regional de Educação (12ª DIRED). O movimento dos professores é motivo de críticas dos alunos, especialmente os que estão concluindo o ensino médio neste ano e irão passar pelo crivo do vestibular para acesso à universidade.Para o estudante do 3° ano João Paulo Matias de Melo, o movimento iniciado mais uma vez no início do ano letivo "parece até brincadeira com os estudantes". Ele relatou que as aulas são paralisadas, mas, depois, não são repostas. "Ficamos sem ver o conteúdo completo porque os professores passam trabalho para fechar a carga horária", contou João Paulo.Já a estudante Ana Maria de Oliveira reclamou que os estudantes não têm "ninguém" para defendê-los neste momento, e criticou as instituições que só aparecem nas escolas para "fazer" carteira de estudante. "Essas pessoas (das instituições) só procuram os estudantes quando querem ganhar dinheiro", afirmou Ana Maria.A coordenadora do Sinte, Inalda Teixeira de Lira, argumentou que não é intenção dos professores prejudicar os alunos com a greve, e ressaltou que os professores "não têm culpa do Governo do Estado não atender suas reivindicações".Inalda afirmou também que a categoria sempre procura repor as aulas perdidas durante o movimento, e que as escolas têm liberdade para fazer seus calendários. "Nós (professores) lutamos por uma educação de qualidade e com professores qualificados e satisfeitos em sala de aula", ressaltou.

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