Segundo a empresa que organizou o concurso da Polícia Civil, 34,28% dos candidatos que concorriam ao cargo de Delegado não foram fazer as provas, realizadas no último domingo. O alto índice de faltosos pode ser creditado ao embate jurídico que fez com que o certame em questão se confirmasse apenas um dia antes do marcado.As provas para os cargos de Agente e Escrivão estavam mantidos, mas somente às 11h do sábado é que a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social confirmou a realização das provas para Delegado, que haviam sido derrubadas na sexta-feira por uma decisão do juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, Cícero Martins. O magistrado deferiu o adiamento para que se abrissem 5% das vagas para pessoas com deficiência física. Com a indefinição, muitos candidatos que viriam de outros estados acabaram desistindo. Na noite da sexta-feira a Procuradoria Geral do Estado deu entrada em um Agravo junto ao Tribunal de Justiça, e no sábado, o juiz Ibanêz Monteiro, atuando como desembargador, acatou o recurso, determinando a realização do certame. Porém, a sentença de última hora não permitiu que muita gente que já havia pago inscrição viesse a Natal. Dos 10.082 bacharéis em direito que se inscreveram para as provas de Delegado, 3.457 faltaram. A porcentagem de ausência foi maior que a do concurso em geral (incluindo os outros cargos), que foi de 27,22%. Dos 5.531 inscritos para Agente, 963 não compareceram para as provas. Para Escrivão, com 2.107 inscritos, foram computados 404 ausentes.Alguns dos candidatos a Delegado que não conseguiram viajar podem acionar o Estado, em busca de indenizações para cobrir os gastos com a inscrição, passagem em excursão e reserva de hotel. É o que afirma Flávia Karly, de 28 anos, que mora em Maceió e trabalha organizando excursões especificamente para concursos. Ela conta que tinha 140 pessoas inscritas nas suas viagens, mas que 31 acabaram desistindo, por conta da incerteza sobre a realização das provas. “Muita gente disse que vai processar o estado porque teve prejuízo”, disse Flávia. Segundo ela, alguns hotéis de Natal não foram benevolentes com os candidatos e não cobraram integralmente pelas reservas feitas por aqueles que não viajaram a Natal. Segundo Flávia, a programação inicial da excursão era de que os ônibus chegassem a Natal às 10h do sábado. Mas com a disputa nos tribunais os candidatos só chegaram à 0h do dia da prova. “Foi uma falta de respeito, porque o adiamento havia de direito, mas não havia qualquer comunicado oficial sobre isso, o que só aconteceu às 11h do sábado”, disse. No dia das provas, a TRIBUNA DO NORTE conseguiu contato com uma estudante de Goiânia (GO), que não veio fazer as provas. Wanda Oliveira estava indignada e contabilizou um prejuízo de R$ 1.370 após a desistência. O vôo dela estava marcado para às 10h30 do sábado, mas àquela altura o certame ainda estava suspenso. “Eu quero acreditar que nós teremos a oportunidade de fazer essas provas”, disse. Já Roselaine Soares de Lima saiu de Goiânia na segunda-feira anterior ao concurso. Mesmo assim, sofreu com a instabilidade da situação. “Aquilo me desestruturou psicologicamente. Eu vou fazer a prova, mas com total insegurança”. Gabarito oficial das provas será divulgado hojeO Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UNB) deve divulgar hoje o gabarito oficial das provas objetivas do concurso. Os candidatos vão poder acessar as respostas corretas das questões pelo site da organizadora, http://www.cespe.unb.br/. O resultado final das provas objetivas e o provisório da prova discursiva será conhecido no dia 27 de maio.A convocação para a prova de capacidade física (Agente e Delegado) e para a prova prática de operação de microcomputador (Escrivão) ocorrerá no dia 23 de junho. Essa convocação acontecerá através do Diário Oficial do Estado (DOE). O secretário de Segurança, Agripino Oliveira Neto, visitou os locais de prova e constatou tranquilidade. Porém, segundo o Ministério Público, a situação não está nada resolvida. A promotora dos Direitos das Pessoa com Deficiência e Idoso, Rebecca Monte Nunes Bezerra, que pediu à justiça pelos 5% das vagas para os deficientes, disse agora que está analisando o processo e pensando que atitude tomar. Entre as opções, está o pedido de anulação do concurso. “Daqui até o início da próxima semana decidirei o que fazer. Estou estudando, inclusive essa possibilidade”, disse a promotora. Quanto aos pedidos de ressarcimento por parte daqueles que não vieram fazer o concurso, a representante do MP não quis se pronunciar, mas lembrou que todos têm o direito de acionar a Justiça, no caso de acreditarem em algum direito. Na decisão do juiz Ibanêz Monteiro fica determinada a organização de um novo edital, reabrindo as inscrições somente para deficientes físicos, de forma a não prejudicar os outros candidatos. Através da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública informou que deve reunir a comissão organizadora do concurso ainda esta semana, para definir a situação da prova para as pessoas com deficiência. Estão sendo oferecidas no concurso 438 vagas, sendo 68 para Delegado, 107 para Escrivão e 263 para Agente. A última etapa do concurso é o Curso de Formação Policial que será ministrado na Academia da Polícia Civil (Acadepol), em Natal.
terça-feira, 28 de abril de 2009
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Equipe 100% CONCURSOS
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Um comentário:
Fiquei mto curioso em saber em que Estado do país foi realizado este concurso, pois se houver tal informação, esta deve estar mais pro fim, quando eu já estava desinteressado.
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