terça-feira, 28 de abril de 2009

Concurso registra 4,28% de candidatos faltosos

Segundo a empresa que organizou o concurso da Polícia Civil, 34,28% dos candidatos que concorriam ao cargo de Delegado não foram fazer as provas, realizadas no último domingo. O alto índice de faltosos pode ser creditado ao embate jurídico que fez com que o certame em questão se confirmasse apenas um dia antes do marcado.As provas para os cargos de Agente e Escrivão estavam mantidos, mas somente às 11h do sábado é que a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social confirmou a realização das provas para Delegado, que haviam sido derrubadas na sexta-feira por uma decisão do juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, Cícero Martins. O magistrado deferiu o adiamento para que se abrissem 5% das vagas para pessoas com deficiência física. Com a indefinição, muitos candidatos que viriam de outros estados acabaram desistindo. Na noite da sexta-feira a Procuradoria Geral do Estado deu entrada em um Agravo junto ao Tribunal de Justiça, e no sábado, o juiz Ibanêz Monteiro, atuando como desembargador, acatou o recurso, determinando a realização do certame. Porém, a sentença de última hora não permitiu que muita gente que já havia pago inscrição viesse a Natal. Dos 10.082 bacharéis em direito que se inscreveram para as provas de Delegado, 3.457 faltaram. A porcentagem de ausência foi maior que a do concurso em geral (incluindo os outros cargos), que foi de 27,22%. Dos 5.531 inscritos para Agente, 963 não compareceram para as provas. Para Escrivão, com 2.107 inscritos, foram computados 404 ausentes.Alguns dos candidatos a Delegado que não conseguiram viajar podem acionar o Estado, em busca de indenizações para cobrir os gastos com a inscrição, passagem em excursão e reserva de hotel. É o que afirma Flávia Karly, de 28 anos, que mora em Maceió e trabalha organizando excursões especificamente para concursos. Ela conta que tinha 140 pessoas inscritas nas suas viagens, mas que 31 acabaram desistindo, por conta da incerteza sobre a realização das provas. “Muita gente disse que vai processar o estado porque teve prejuízo”, disse Flávia. Segundo ela, alguns hotéis de Natal não foram benevolentes com os candidatos e não cobraram integralmente pelas reservas feitas por aqueles que não viajaram a Natal. Segundo Flávia, a programação inicial da excursão era de que os ônibus chegassem a Natal às 10h do sábado. Mas com a disputa nos tribunais os candidatos só chegaram à 0h do dia da prova. “Foi uma falta de respeito, porque o adiamento havia de direito, mas não havia qualquer comunicado oficial sobre isso, o que só aconteceu às 11h do sábado”, disse. No dia das provas, a TRIBUNA DO NORTE conseguiu contato com uma estudante de Goiânia (GO), que não veio fazer as provas. Wanda Oliveira estava indignada e contabilizou um prejuízo de R$ 1.370 após a desistência. O vôo dela estava marcado para às 10h30 do sábado, mas àquela altura o certame ainda estava suspenso. “Eu quero acreditar que nós teremos a oportunidade de fazer essas provas”, disse. Já Roselaine Soares de Lima saiu de Goiânia na segunda-feira anterior ao concurso. Mesmo assim, sofreu com a instabilidade da situação. “Aquilo me desestruturou psicologicamente. Eu vou fazer a prova, mas com total insegurança”. Gabarito oficial das provas será divulgado hojeO Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UNB) deve divulgar hoje o gabarito oficial das provas objetivas do concurso. Os candidatos vão poder acessar as respostas corretas das questões pelo site da organizadora, http://www.cespe.unb.br/. O resultado final das provas objetivas e o provisório da prova discursiva será conhecido no dia 27 de maio.A convocação para a prova de capacidade física (Agente e Delegado) e para a prova prática de operação de microcomputador (Escrivão) ocorrerá no dia 23 de junho. Essa convocação acontecerá através do Diário Oficial do Estado (DOE). O secretário de Segurança, Agripino Oliveira Neto, visitou os locais de prova e constatou tranquilidade. Porém, segundo o Ministério Público, a situação não está nada resolvida. A promotora dos Direitos das Pessoa com Deficiência e Idoso, Rebecca Monte Nunes Bezerra, que pediu à justiça pelos 5% das vagas para os deficientes, disse agora que está analisando o processo e pensando que atitude tomar. Entre as opções, está o pedido de anulação do concurso. “Daqui até o início da próxima semana decidirei o que fazer. Estou estudando, inclusive essa possibilidade”, disse a promotora. Quanto aos pedidos de ressarcimento por parte daqueles que não vieram fazer o concurso, a representante do MP não quis se pronunciar, mas lembrou que todos têm o direito de acionar a Justiça, no caso de acreditarem em algum direito. Na decisão do juiz Ibanêz Monteiro fica determinada a organização de um novo edital, reabrindo as inscrições somente para deficientes físicos, de forma a não prejudicar os outros candidatos. Através da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública informou que deve reunir a comissão organizadora do concurso ainda esta semana, para definir a situação da prova para as pessoas com deficiência. Estão sendo oferecidas no concurso 438 vagas, sendo 68 para Delegado, 107 para Escrivão e 263 para Agente. A última etapa do concurso é o Curso de Formação Policial que será ministrado na Academia da Polícia Civil (Acadepol), em Natal.

Um comentário:

Unknown disse...

Fiquei mto curioso em saber em que Estado do país foi realizado este concurso, pois se houver tal informação, esta deve estar mais pro fim, quando eu já estava desinteressado.

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