Carro com provas de concurso é roubado.

O concurso público da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP) realizado no dia 30 do mês passado poderá ser anulado porque parte das provas aplicadas em quatro cidades do Rio Grande do Norte foram roubadas antes da correção. O carro com funcionários do Instituto Cidades, empresa contratada para realizar o concurso, foi roubado na madrugada do dia 31 e dois dias depois foi usado em outro um outro assalto. No dia seguinte, ele foi localizado em Mossoró e, segundo fontes, ainda estava com as provas.A quadrilha era formada por quatro homens que estavam armados com pistolas. Eles abordaram os funcionários da empresa, que andavam em um Corsa modelo sedan, cor prata e placas HWY-4654, CE, nas imediações da cidade de São Rafael, por volta das 2h do dia 31. A queixa foi prestada na Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR) de Mossoró e o caso estava sendo mantido em sigilo. "Não estou autorizado a me pronunciar sobre o assunto. Passarei as informações em um momento oportuno", diz o delegado Luís Fernando, ao ser questionado sobre o roubo das provas.No dia 3 deste mês, o carro foi localizado pela Polícia Militar próximo à localidade rural de Pedra Branca, em Mossoró. O veículo havia sido utilizado pela mesma quadrilha em um outro assalto, ocorrido durante a madrugada do dia anterior, quando dois professores e um motorista da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) foram vítimas de quatro bandidos. Segundo uma fonte do DE FATO, que pediu para não ser identificada, a quadrilha deixou as provas dentro do veículo e agora elas fazem parte da investigação. O material foi periciado e deverá ser enviado à Sesap.Com relação à investigação em torno dessa quadrilha, que é formada por cerca de quatro homens e pode estar por trás de vários assaltos ocorridos na região do Médio e Alto Oeste do Rio Grande do Norte e ainda no Vale do Açu, a Polícia ainda não tem pista concreta. O assalto contra funcionários do Instituto Cidades deverá ser investigado pela Polícia Civil de Assu. Já o assalto contra os professores da Uern ficará ao encargo dos investigadores da Defur de Mossoró. "Tudo que tenho sobre esse caso - roubo das provas - vai ser enviado para Assu", diz Luís Fernando, que começou a investigação.PROVIDÊNCIASAté o fim da tarde de ontem, a Secretaria Estadual de Saúde Pública do RN ainda não havia decidido as providências para sanar o problema. De acordo com a assessora de imprensa, Estela Dantas, hoje a equipe da comissão organizadora vai se reunir para decidir se as provas serão anuladas. Já faz mais de dez dias que o carro foi roubado com as provas e só ontem, através da imprensa, Carlos Dantas, que é o presidente da comissão organizadora, ficou sabendo do ocorrido. "Ele vai procurar confirmar junto à Polícia Civil de Mossoró e ao Instituto Cidades", informou a assessoria de comunicação.
MPE pode anular as provas do concursoApesar de o assalto ter ocorrido após a realização das provas, o que quer dizer que o gabarito não foi violado, o concurso público poderá ser cancelado, segundo o advogado Carlos Santana. Ele explica que, se for provado o roubo das provas, o Ministério Público Estadual poderá intervir, anulando todas as provas. "Se for provado que as provas foram roubadas, tem que anular porque houve uma interferência no resultado final do concurso. Então, tem que anular mesmo", diz Santana, explicando que é um problema da sociedade em geral e por isso deverá ter a intervenção automática do MPE. Assim como ocorreu quando quatro provas foram anuladas por causa de um problema na organização, os candidatos que se sentirem prejudicados e não queiram mais se submeter a novas provas têm o direito de ressarcimento do valor que desembolsou na inscrição. Para os cargos de nível médio a taxa cobrada foi de R$ 20,00, e para os cargos de nível superior, R$ 80,00. "A princípio, deve ser feita uma nova prova, mas se o candidato não quiser passar pelo processo novamente, ele pode requerer o dinheiro da inscrição", explica o advogado, reforçando as regras descritas no edital do concurso público.
Polícia investiga a ligação entre crimesEm um curto intervalo de tempo, três assaltos com o mesmo modo operacional foram registrados em cidades do interior do Rio Grande do Norte. A suspeita da Polícia Civil é que exista uma ligação entre os crimes, que podem ter sido praticados pelos membros da mesma quadrilha, que é formada por quatro pessoas. As investigações em torno desse grupo estão ainda na fase inicial e, segundo Luís Fernando, delegado civil, ainda não existe prova concreta sobre tais ligações. Os assaltos são praticados na estrada e ocorreram próximos a Mossoró, São Rafael e Assu. O primeiro assalto ocorreu no dia 10 do mês passado, na zona rural de Ipanguaçu, área da Delegacia de Polícia Civil de Assu. Neste, a quadrilha usou um Fiat Pálio de cor escura. As vítimas eram dois professores e um motorista do campus da Uern de Alexandria. No dia 31, o carro com funcionários do Instituto Cidades foi assaltado na BR-304, próximo à cidade de São Rafael. Os bandidos estavam em um Kadett que foi incendiado em Assu. No dia 2 deste mês, mais três servidores da Uern foram assaltados. O crime ocorreu na zona rural de Mossoró. O bando estava no carro roubado em São Rafael.

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